O Projeto Público Irrigado

1.    HISTÓRICO

Os primeiros estudos para implantação do projeto de irrigação, considerando a criação de um pólo de desenvolvimento econômico e social para a nossa região remontam à década de 1960. Foi a SUDENE com assessoria da FAO – Food and Agriculture Organization que levantou os dados sobre o solo e a água na região do submédio São Francisco em uma área de aproximadamente 60.000 hectares

A partir de 1969, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF, órgão governamental da Administração Pública Federal ligado ao Ministério da Integração, à época chamada de Comissão do Vale do São Francisco, iniciou os estudos para a criação de um pólo de desenvolvimento econômico fundamentado na produção agropecuária. Até esta data a agricultura local era realizada, na sua maioria, como forma de subsistência sendo produzidos, basicamente, o milho, o feijão e a mandioca irrigados pelas precipitações de chuvas nos meses de inverno ou pela água captada diretamente do rio São Francisco nas áreas ribeirinhas à foz.

A economia girava em torno, principalmente, da produção e comercialização de caprinos e bovinos de leite e corte como também do comércio de varejo e atacado dos bens de produção locais, haja vista a importância das duas cidades, Petrolina e Juazeiro, como entreposto na rota comercial do semiárido nordestino e da notada expressão econômica na região do Vale do São Francisco.

O estudo de viabilidade realizado pela CODEVASF levou em consideração a capacidade e disponibilidade hídricas do rio São Francisco, previu a transformação econômica e social de toda uma região de paisagem árida e estéril pela falta de chuvas – conhecida por vegetação de CAATINGA, assentando o sertanejo e dando-lhe condições de desenvolvimento através da geração de emprego, renda e uma melhor qualidade de vida.

Foi em 1969 que a SUVALE realizou estudo de viabilidade técnico-econômico para uma área de 6.000 ha. Em 1977 a CODEVASF contratou a elaboração de um projeto executivo visando implantar a agricultura irrigada como alternativa de desenvolvimento da região Petrolina-Juazeiro seleciona uma área de 15.000 ha nos setores PA-I, PA-II, PA-III que faziam parte do Projeto Massangano que veio a ser chamado de NILO COELHO posteriormente.

Assim sendo, a CODEVASF assinou convênio com a CHESF para a construção da obra de tomada d’água para o projeto partindo do lago de Sobradinho (BA) via galeria de condução sob o dique “B” da barragem. A construção do projeto se iniciou em 1979 com a implantação das obras principais. Em 1980 a ODA – Overseas Development Administration formulou para CODEVASF uma proposta de adequação do método de irrigação por gravidade para o tipo de solo prevalecente e recomendou o método de irrigação por aspersão.

Estes estudos positivos tornaram o sonho possível e em 1979 os recursos federais foram aprovados pelo Ministério da Agricultura que à época estava a frente dos estudos juntamente com a Comissão do Vale do São Francisco. As obras iniciaram-se em 1980 ao custo de U$ 200.000.000,00 (Duzentos milhões de dólares) e levaram 4 anos para serem concluídas.

A CODEVASF entendeu que as observações apresentadas pela ODA eram procedentes e contratou a revisão e adequação do projeto original ao novo sistema escolhido, esta modificação permitiu redefinir a área a ser beneficiada passando para 20.018 ha. Pelo novo projeto, a maioria destas áreas adicionais seriam destinadas a empresas, a CODEVASF decidiu que a água para estas seria sem pressurização. As obras do projeto original e suas ampliações foram estabelecidas entre os anos de 1979 a 1983, ano em que foi realizado o primeiro assentamento de produtores. O projeto passou a ser um perímetro público com 41.000 hectares de área total sendo 22.949 ha destinadas para agricultura irrigada.

A CODEVASF administrou o perímetro no período compreendido entre 1984 a 1986, fase inicial dos trabalhos de assentamento e produção agrícola vindo a repassar a gestão aos produtores que administraram o perímetro até 1989 através de associações por núcleos de produção. A divisão física do projeto por núcleos facilitava o controle e administração geográfica do projeto, contudo esse modelo de gestão não foi bem sucedido e a partir de 1989 o projeto Senador Nilo Coelho passou a ser administrado pelo modelo de gestão distrital tal como é até hoje.

De 1983 até presente data, a ocupação e implantação das áreas de produção do perímetro irrigado Nilo Coelho, vêm em constante crescimento com ocupação plena atualmente, inclusive registrando uma significativa expansão, sendo hoje a área irrigada superior à prevista de acordo com estudos técnicos da ENCO-TAHAL.

Com as áreas do setor Maria Tereza, área incorporada ao projeto Nilo Coelho posteriormente, mas que fazia parte do Projeto Pontal, e as expansões havidas pelo acréscimo das áreas adicionais adjacentes, estimamos que na atualidade a área irrigada ocupada seja da ordem de 24.837 ha, um acréscimo de 4.819 ha. O projeto gera oportunidades de negócio e emprego para mais de 90.622 pessoas direta e indiretamente (dentro e fora do Perímetro).

 

2.    O PERÍMETRO NILO COELHO

O Perímetro Irrigado Nilo Coelho – DINC, localizado entre as coordenadas geográficas 40º50’ e 40º23” de Longitude Oeste e 09º14’ e 09º27’ de Latitude Sul, se entende desde o município de Casa Nova (norte do Estado da Bahia) até o município de Petrolina (Sudoeste do Estado de Pernambuco). Sendo que em termos de área 20% está no estado da Bahia e 80% em Pernambuco.

A fonte hídrica é as águas do reservatório da barragem de Sobradinho-BA onde capta mediante uma tomada d’água sob o dick “B”, na margem esquerda do lago. Esta barragem de propriedade da CHESF foi construída no rio São Francisco, principal curso de água da região nordestina, a 748 Km de sua foz e tem capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de metros cúbicos.

Seu funcionamento teve início no ano de 1984 com a conclusão das obras da área Nilo Coelho, surgindo posteriormente à segunda fase que compreende o área Maria Tereza.

3.    ÁREA IRRIGÁVEL

1ª Etapa – Setor Nilo Coelho

17.957,24 ha

2ª Etapa – Setor Maria Tereza

5.528,96 ha

Totalizando

23.486,20 ha

4.    OCUPAÇÃO ESPACIAL

1.963 lotes de pequenos usuários;

370 pequenas, médias e grandes empresas.

CATEGORIA

TOTAL

ÁREA MÉDIA

GRANDES EMPRESAS

53

ACIMA 50,00 ha

ha

6.544,63

PEQ. E MÉDIAS EMPRESAS

317

DE 7,10 a 50,00 ha

ha

5.235,36

PEQ. PRODUTORES

1963

ATÉ 7,00 ha

ha

11.668,35

5.    OBRAS DE USO COMUM

Os componentes relativos ás obras de uso comum são agrupados nos seguintes sistemas:

  • Sistema de Captação e Recalque;
  • Sistema de Adução Principal e Secundárias;
  • Sistema de Reservatórios;
  • Sistema de Drenagem;
  • Sistema de Suprimento Elétrico;
  • Sistema Viário